Capítulo 6 [Parte 2] - Estudo sobre Amor e outros venenos letais

Olá para você que nos acompanha!
Rapaz…
O que foi aquele capítulo passado? Aqui não é o inferno, mas tá fazendo um calor… Nossa!
Não tenho nem palavras para descrever o que estou sentindo no momento… Tenho absoluta consciência de que Nadya (sim, já estou me fazendo de íntima) é pior do que cobra cascavél (seu veneno é cruel), contudo, toda aquela conversa com a Morena… Ivan e Aleksey que me perdoe, mas, deus, AQUELE kabedon* na árvore… Quem mais estou com um ship novo e tóxico?
Estou falando se Morena e Nadya? Também. Porém estou mais ME shippando com a Nadya atualmente e prontinha pra ela PISAR EM MIM. E não adianta me julgar porque sei que você está SE shippando com ela também e agora estamos juntinhes nessa, oras!
Mas mudando completamente de assunto, gostaria de te lembrar que faremos uma pausa de duas semanas com a Estudo e voltaremos no dia à programação normal no dia 18/01/23!
Eu e toda a equipe da Noveletter te desejamos um Feliz Ano Novo e que ele seja recheado de alegrias, comidas deliciosas, pessoas queridas e que o ano de 2023 seja mais gentil e incrível para nós todes!
Sem mais delongas, fique com a segunda parte do capítulo 6 de…
Estudo sobre Amor e outros venenos letais!
*Kabedon acontece quando um personagem força outro personagem contra uma parede com uma mão ou se inclina contra a parede e faz um barulho de “don”. Você pode ver um exemplo aqui.
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Aviso: Esta obra contém/menciona comportamentos tóxicos, quadro depressivo, familiares abusivos e tentativa de homicídio. Este capítulo contém cenas de sexo.
Você pode saber mais detalhes sobre termos, apelidos e nacionalidades ficcionais, e outros personagens através do Guia de Leitura.
Nadya estava mentindo. Ivan contaria para Morena se estivesse envolvido em algo grande assim, não tomaria uma decisão dessa magnitude sem consultá-la. No entanto, Nadya falara com tanta segurança. E se ela soubesse de algo que Morena não sabia? E se aquele detalhe em sua história, de Ivan deixá-la por um projeto de pesquisa, na verdade fosse uma realidade?
Quando saiu do banho, Ivan estava deitado com um braço cobrindo o rosto, atravessado na cama larga, usando o único sanfu que trouxera para a viagem, uma peça única em azul-escuro trespassada e amarrada na cintura por um cinto do mesmo tecido. O peito subia e descia de forma controlada, da forma que indicava que estava concentrado na própria respiração para tentar desacelerar o fluxo de pensamentos. Morena se encostou na soleira da porta, admirando-o. O desenho dos músculos do marido ficava perfeitamente delineado sob o tecido, das curvas do braço às linhas rígidas do antebraço que levavam até os dedos longos, as coxas firmes que se transformavam em pernas compridas, todas as linhas conectadas como um quadro de um exímio pintor.
Nos últimos meses, Ivan tomara para si a sabedoria popular de Xenon de que para praticar boa Alquimia, o corpo e a mente deveriam estar bem trabalhados, e adicionara treinos físicos às rotinas de concentração e foco que faziam todos os dias pela manhã. Enquanto Morena só ganhara peso desde que saíra da Azote — racionalmente, ela sabia que as magias que Entropias usavam gastavam muita energia do corpo, mas nunca parara para considerar que quando parasse de fazê-las com tanta frequência, se transformariam em coxas e quadris mais grossos — Ivan ficava cada vez mais afiado, mais uma das lâminas que seu pai tinha fabricado.
As palavras da tia de Aleksey ainda ressoavam na mente de Morena e ela tentou se imaginar em um mundo em que Ivan não estivesse por perto, em que ela não convivesse com suas ideias, com seu entusiasmo inesperado, com a doçura e a gentileza que ele sempre oferecia. Tentou imaginar um mundo em que não podia compartilhar o que pensava e sentia com ele, em que sua voz grave não ocupava todos os espaços da casa, em que não estava ao seu lado para acompanhar cada mudança que acontecia em sua vida. Era quase impossível imaginar, quase insuportável de pensar. Não fazia muita diferença se fosse seu marido ou não, se o relacionamento deles possuísse a parte sexual ou não, para ela, era a intimidade e a confiança que compartilhavam entre si que era o mais importante. Todo o resto vinha depois e era consequência daquilo. A única pessoa em quem confiava tanto quanto confiava em Ivan era Aleksey.
Porém, se perguntassem para ela dois anos antes o que faria se Aleksey a deixasse, a resposta teria sido exatamente a mesma que dera quando Nadya perguntara a respeito de Ivan: impossível.
Nunca iria acontecer.
Só que havia acontecido.
Ela respirou fundo e deu um passo em frente, fazendo barulho para que o marido não se assustasse. Ele tirou o braço do rosto e levantou a cabeça, abrindo um sorriso imenso ao vê-la, os olhos se estreitando. Começou a se levantar, mas Morena o impediu com um gesto e subiu na cama, se aninhando contra ele, afundando o rosto em seu peito. Ivan a abraçou pela cintura, acomodando-a melhor contra si. Conseguia ouvir o coração de Ivan batendo contra o peito em um ritmo constante, a respiração dele a acalmando um pouco, ancorando-a de volta à realidade.
Precisava focar no que estava acontecendo ali, e não nas preocupações que sempre manchavam seus pensamentos.
— Você está com fome? Quer comer algo? — perguntou Ivan e passou uma mão no cabelo de Morena, beijando-a na testa.
Ela encostou o ouvido em seu peito, sentindo a voz reverberar e suspirou, tentando encostar mais de seu corpo contra o dele.
— Está tudo bem, eu só quero ficar assim um pouquinho, pode ser? — murmurou contra a pele dele, a voz saindo um pouco abafada.
Ivan concordou e a ajeitou, apoiando a cabeça dela no braço, puxando uma das pernas dela para cima do quadril dele, encaixando-a contra si em uma posição que era quase inerente a eles. Morena levantou o rosto e o beijou no queixo, usando uma das mãos para explorar os músculos das costas de Ivan por dentro do tecido do sanfu, fazendo-o suspirar de forma quase inaudível, como sempre fazia quando estava satisfeito de tê-la junto de si, segura.
— O que aconteceu? — perguntou ele baixinho e levou uma mão à coxa dela, imitando os movimentos que ela fazia em suas costas.
— Nada demais — mentiu, subitamente ciente de que ele também poderia mentir com a mesma facilidade que ela. Ciente de que se fosse para não incomodá-la no momento confuso em que viviam, talvez ele guardasse informações para si. Ela engoliu em seco. — Eu só não gosto de… ficar perto dessas pessoas. É um lembrete constante de que não há lugar para mim entre eles. Fico sempre com a sensação de que estou sozinha, mesmo rodeada de gente. Não gosto de me sentir assim.
— Morena, meu amor… — Ivan levou uma mão ao queixo dela e levantou seu rosto, acariciando os lábios dela com o dedão. — Você sabe que eu estou com você, sempre. Eu estaria com você hoje o dia inteiro, se você tivesse permitido. Se depender de mim, você nunca vai ficar sozinha. Nunca, em nenhum momento da sua vida. Lembre-se disso.
Morena sentiu seu coração se acelerar e lutou para não desviar o olhar, afastando uma mecha de cabelo preto do rosto do marido, de onde insistia em cair.
— Não tem como você estar comigo em todos os momentos, Ivan — brincou ela, focando na parte que a deixava menos nervosa.
— Ah, mas eu posso tentar, não posso? — Ele deu um meio sorriso, subindo a mão que acariciava a coxa mais para cima, puxando o tecido da roupa junto, e ela riu. — Pelo menos você sempre vai ter certeza que tem alguém que odeia tudo isso tanto quanto você.
— Eu nunca me esqueço disso. — Morena segurou a mão que ainda estava em seu rosto e depositou um beijo delicado nos dedos dele. — Eu sinto que nem tenho como agradecer por tudo que você faz por mim e por ter topado me acompanhar nessa vida doida na Corte.
— Morena, meu amor, você estar aqui, nos meus braços, é agradecimento mais do que o suficiente — disse ele em voz baixa, ainda tranquilo. — Você me deixar estar ao seu lado, me deixar ser seu companheiro nessa jornada é muito muito mais do que eu pedi. Eu vou estar aqui para você até o fim, em todas as dificuldades, em todos os problemas, do seu lado, te apoiando e te esperando para te abraçar ao fim de um dia difícil como hoje.
O coração de Morena acelerou, as palavras dele pesando sobre o cômodo. Ela perdeu o fôlego sob o olhar intenso de Ivan, sentindo as lágrimas subirem aos olhos, sem conseguir formular uma resposta. Perceber a certeza na voz dele era o suficiente para lembrá-la de que Ivan era seu parceiro, acima de tudo, e que estava ali porque era o desejo dele, porque se importava com ela, porque juntos eram mais fortes para enfrentar tudo que o mundo jogasse contra eles. Morena passou uma mão pelo cabelo de Ivan, beijando as duas bochechas, os olhos fechados, seguindo a linha reta do nariz até encontrar seus lábios, a outra mão apoiada contra o peito dele, por dentro da roupa.
Ivan retribuiu o beijo, enfiando os dedos no cabelo de Morena e puxando-a para mais perto para ter um acesso mais fácil para explorá-la com sua língua, fazendo-a se arrepiar e soltar um gemido involuntário. Ele virou o peso dela na cama, de costas, e a beijou como se dependesse daquilo para respirar, mordiscando-a, chupando seus lábios, acariciando-a com uma voracidade de um homem faminto, deixando-a com as pernas trêmulas. Subiu a mão que estava na coxa, erguendo a chemise, e traçou a tatuagem que os unia com a ponta dos dedos, fazendo-a gemer novamente quando chegou nos galhos que se acomodavam embaixo do seio. O toque parecia colocar fogo na pele de Morena e quando ele envolveu com a mão um dos seios que estavam pesados, sensíveis, ela mordeu o lábio inferior dele, fazendo os dois gemerem juntos. Ela nunca fora tocada daquela forma por ninguém além de Ivan, mas tinha certeza que ninguém faria igual ele, ninguém pareceria ser feito tão sob medida para o corpo dela, ninguém conheceria seu corpo tão bem.
Morena deslizou a mão pelo tórax de Ivan, acariciando-o até a altura do cinto que fechava a roupa nos quadris e o puxou para cima de si, uma das coxas dele entre suas pernas, seu peso um lembrete muito bem-vindo de que ele estava ali, de que sempre estivera e sempre estaria. Conseguia sentir a pele quente das coxas contra a de Ivan, a excitação dele presa atrás do tecido do sanfu, roçando contra a sua barriga, fazendo o desejo se acumular entre as pernas dela. Ela queria se livrar de tudo que separava sua pele da dele e deslizou dois dedos pelo cinto até chegar no nó que o prendia.
Ele se afastou, ofegante, e a ajudou a passar a chemise por cima da cabeça e em seguida jogou a própria roupa pela lateral da cama. Depois, ficou apoiado com um dos braços na cama, descendo o olhar lentamente pelo corpo dela, umedecendo os lábios. Morena moveu os quadris, roçando contra a perna dele, o prazer que vinha da fricção só acentuando a tensão que sentia. Ivan a beijou novamente, dessa vez não deixando que ela o capturasse com a boca, desenhando uma linha de fogo com seus lábios no corpo dela, um dos seus dedões acariciando o osso do quadril. Desceu os lábios pelo pescoço dela, cada centímetro que avançava fazendo-a desejá-lo mais, fazendo-a se mover contra ele com mais insistência.
Então, Ivan parou a trilha de beijos um pouco cima da junção entre os seus seios, encarando-a como se ela fosse a pessoa mais importante do mundo inteiro, como se fosse a razão pela qual o sol se levantava todos os dias pela manhã, como se ela fosse uma deusa, ali, em suas mãos, e ele mal pudesse acreditar a sorte que tinha.
— Eu te amo — declarou ele, se inclinando para beijá-la nos lábios novamente.
Morena passou uma mão pelo cabelo dele carinhosamente e o fez olhar para ela mais uma vez, esperando que ele visse em seus olhos o quanto ela também o amava, o quanto ela se importava. Que Ivan soubesse que ela também estaria ao seu lado enquanto ele a quisesse, que não havia nada que a fizesse abrir mão da confiança e do conforto que forneciam um para o outro. Desenhou os lábios dele com um dedo antes de provocá-lo:
— Ama mesmo? Eu acho que preciso de uma demonstração.
Ela ergueu uma sobrancelha e Ivan gargalhou, abrindo as pernas dela e se ajoelhando entre elas, uma mão apoiada em cada joelho, olhando para baixo demoradamente. Morena sabia que não precisava falar nada do que sentia, porque podia mostrar. E que forma melhor de fazer isso do que se entregar completamente para ele? Do que transformar aquilo em um dos jogos que Ivan gostava tanto, que ela gostava tanto?
Ivan desceu as mãos dos joelhos para as coxas, parando ali, o olhar transformando de adoração em desejo. Parecia um predador, considerando a melhor maneira de devorar uma presa, e quando seus olhares se encontraram, Morena sentiu que iria derreter. Amava a dualidade do marido, amava ser uma das poucas pessoas que o conheciam com seus sorrisos e piadas, amava a forma como só confiava nela para mostrar todas as partes de si, até as que o assustavam. Ele mordeu o lábio inferior, afundando os dedos em uma das coxas dela.
— Ah, não podemos deixar isso acontecer, podemos? — disse ele, e se abaixou para voltar à trilha de beijos partindo da garganta, dedicando algum tempo aos mamilos tímidos dela, que insistiam em se esconder na maior parte do tempo, mas que não tinham vergonha nenhuma sob os toques dele. Quando falou novamente, a vibração da voz contra os mamilos a fez se arrepiar todinha: — Mas antes eu tenho uma pergunta.
— A resposta é “sim, por favor” — disse ela prontamente, movendo-se contra ele, querendo que continuasse o que estava fazendo ou que descesse logo para o lugar em que o queria, entre as pernas.
— Você nem ouviu a pergunta — Ivan riu, subindo a mão que estava ainda na coxa até o quadril e se apoiando no outro cotovelo. — Como você está se sentindo? Está com menos dor?
— Dor de quê? — respondeu veloz, e Ivan gargalhou mais uma vez, o som tendo um efeito mais intenso do que qualquer outra carícia. Ela moveu os quadris, tentando retomar o contato com a coxa dele sem sucesso e fez um biquinho, frustrada. — Eu não sou muito conhecida por ser paciente, Ivan.
— Então acho que está mais do que na hora de te dar uma lição — disse ele com a voz rouca e se inclinou na direção dela, como se fosse beijá-la, mas se afastou de última hora, sentando-se sobre os próprios calcanhares entre as pernas dela. Ela protestou e ele só riu. — Não vai ser nem um terço da lição que você precisa, mas a mais longa vai ficar para depois, quando estivermos em casa.
Morena fez outro biquinho, e Ivan se inclinou para beijá-la, sem se demorar muito, deslizando os lábios pela pele da esposa até o umbigo, passando pela saliência da barriga enquanto se acomodava entre suas pernas. Ergueu os pés dela, parando para dar um beijinho na parte de dentro do calcanhar, e apoiou as coxas nos ombros dele, dando um meio sorriso antes de deslizar os dedos pela pele interna da coxa de Morena até encontrarem o ponto que pulsava, acariciando-a lentamente. Ela gemeu em protesto, querendo muito mais do que aquele toque suave, mas ele a ignorou completamente, circulando o clitóris com o dedão enquanto a explorava com os outros dedos, espalhando sua umidade, aumentando a tensão dentro dela, provocando-a, fazendo-a sentir que estava prestes a explodir.
Quando ele finalmente a penetrou com um dedo, ela arfou, a sensação de prazer acentuada pela sensação quente e úmida da boca dele quando a língua substituiu os movimentos do dedão. Morena queria alcançá-lo, mas daquela posição era difícil, e só conseguiu agarrar os lençóis, levantando os quadris contra o rosto dele, o prazer se misturando com os sentimentos confusos numa fusão que parecia prestes a explodir. Ela conseguia sentir o olhar de Ivan, devorando cada gemido, cada movimento, cada espasmo de prazer.
Estava sendo boba, se preocupando com coisas que não aconteceriam. Um homem que a olhava daquele jeito, que a tocava daquela maneira, que se preocupava tanto com o seu prazer, não seria capaz de deixá-la, nem naquele momento, nem nunca. Um homem que a amava daquele jeito, que a conhecia daquela forma, nunca a deixaria. Nadya não o conhecia. Ivan nunca faria nada do que ela insinuara. Dia após dia, ele renovava a promessa que fizera para ela ao se casarem.
Quando Ivan acrescentou o segundo dedo, ela se arqueou contra ele novamente e ele acelerou o ritmo, acertando a velocidade perfeita para fazê-la morder a própria mão com o prazer que sentia, as pernas estremecendo o estímulo, o clímax vindo como ondas, cada movimento conjunto da língua de Ivan e dos dedos a levando até o limite, seus gemidos ficando cada vez mais altos até o orgasmo a atingir como um raio, fazendo-a transbordar e estremecer por inteira. Ele a acariciou suavemente até ela voltar a si enquanto mordiscava a parte interna da coxa e quando a respiração dela voltou ao normal, lambeu seus dedos vagarosamente, limpando-os, e ela quase imediatamente o implorou para ele voltar para dentro de si.
Morena finalmente se inclinou para frente na cama e o puxou, beijando-o para sentir o seu gosto nos lábios dele, a língua o explorando quase como ele fizera com ela mais cedo. Ele gemeu contra os lábios e ela deslizou uma mão pelo peito de Ivan vagarosamente, sentindo os pelos macios contra a pele, descendo pela barriga, acariciando os ossos dos quadris até chegar em seu membro rígido, tomando-o nas mãos. Ele xingou baixinho e ela riu, empurrando-o para ficar de costas na cama e sentando-se em cima dele, desenhando o queixo com seus beijos, mordiscando a pele do pescoço, lambendo o pomo de Adão enquanto movia a mão no ritmo que sabia que enlouquecia seu marido. Queria retribuir o prazer que recebera, queria mostrar para ele que se preocupava tanto quanto ele, que o amava na mesma intensidade. Queria que ele perdesse a cabeça com o toque dela, que soubesse que não havia nada que fosse melhor do que o que ela poderia lhe oferecer.
Ela alternou a velocidade, provocando-o, levando-o até o mais perto possível do clímax sem deixá-lo chegar no auge enquanto descia pela barriga de Ivan com seus beijos e mordidas. Quando ele começou a implorar, ela lambeu a ereção, fazendo-o xingar mais alto, fazendo-o a elogiar, fazendo-o ofegar. Morena amava o poder que vinha de fazê-lo perder o controle e quando ele fechou a mão em punho no cabelo dela, não conseguiu conter um gemido. Ela finalmente o tomou por inteiro, chupando-o e acariciando-o e depois de toda a provocação, não demorou muito para ele se derramar na boca dela, quente e viscoso, do jeito que ela mais gostava.
Ivan a puxou para cima novamente, beijando-a com mais afinco, limpando-a com a própria língua e ela o abraçou, entrelaçando as pernas nas dele. Quando finalmente se separaram para tomar fôlego, ele arrumou uma mecha do cabelo dela e sorriu, os lábios ainda melados e brilhantes.
— Eu estava falando sério — disse ele baixinho, mas com firmeza, acariciando a bochecha dela com o dedão —, quando disse que nunca vou te deixar ficar sozinha. Nunca. Eu juro por minha própria vida.
— Eu também juro que nunca vou te deixar sozinho — disse Morena, virando o rosto para dar um beijo na mão dele. Depois de alguns segundos, complementou, com um peso no peito: — A menos que seja o que você queira, é claro.
— Eu não vou fazer como ele — respondeu Ivan, o nome de Aleksey, mesmo que não dito, pesando ali no cômodo. Passou a outra mão pelo cabelo dela antes de continuar: — Não vou querer, nunca. Eu fui feito para te amar, Morena, e nada tem sentido se você não está comigo.
Morena suspirou, finalmente se aninhando contra Ivan e encostando a cabeça no ombro dele, sentindo o coração se acelerar. Ela às vezes tinha medo da intensidade de Ivan; já tivera vergonha também, porque não se sentia exatamente daquela forma, não como se o mundo fosse acabar se Ivan decidisse que não a queria mais. Ela sabia que seria ruim, que ficaria triste, como o que acontecera com Aleksey provava factualmente, mas ela seguiria em frente. A vida continuaria. As coisas teriam sentido sem ele, só não seriam tão divertidas. Não seriam tão boas e ela preferiria que ele estivesse lá, ao seu lado, os dois se apoiando. Porém, ele sempre falava como se a ideia de viver sem ela fosse absurda, impossível, e que, se por um acaso ela morresse, ele a seguiria no dia seguinte, incapaz de continuar se ela não estivesse presente. Ela odiava pensar naquilo.
Odiava ainda mais pensar naquilo quando lembrava que decidiram que estava na hora dela parar de tomar o chá que a impedia de engravidar, de que estavam prontos para trazerem uma criança ao mundo. Depois de passar tanto tempo com Veronika, ficava cada vez mais claro para Morena como era perigoso estar grávida, como nem todo mundo saia do parto com vida e a mera possibilidade de que Ivan não seria capaz de criar uma criança se acontecesse o pior a deixava aterrorizada.
No entanto, eram todos medos que ela engolia e se convencia de que eram infundados, porque a única coisa que importava era a certeza que aquela intensidade trazia, a segurança de que ele sempre estaria ali, ao seu lado. Ela se acomodou mais, e Ivan a abraçou pela cintura, tentando afastar os sentimentos ruins e as inseguranças ao se concentrar no cheiro do marido. Ivan aceitou seu silêncio como resposta, beijando-a na cabeça e passando uma mão nas costas de forma descuidada.
— A gente precisa ir embora — Ivan quebrou o silêncio depois de longos momentos, sussurrando, sua voz saindo um pouco esquisita. — Não de vez. Eu não fiquei louco ainda, mas pular todas as atividades de amanhã e falar que temos um compromisso inadiável na cidade, só que o compromisso é comer um banquete no distrito daliashin e conhecer a Kinchyk direito. A gente pode chamar Veronika e Milana para nos acompanharem, tenho certeza que dá para inventar que foi um compromisso prévio do Sovet.
— Ah, eu amo sua mente diabólica — disse Morena, olhando para o marido com um sorriso. — Imagina só, o ódio deles quando souberem que a gente saiu de uma festa da Corte para resolver assuntos de alquimista.
— Eu até tenho uma ideia boa ou duas na minha vida — disse ele com falsa modéstia, fazendo-a rir. — Mas o que você acha? Posso acordar cedinho e arrumar alguém para nos levar e buscar. Você precisa comer direito e as Santas sabem como eu preciso…
E Ivan parou no meio da frase, o olhar desviando rapidamente na direção de onde ficava a cabana de Aleksey, e Morena suspirou, envolvendo o rosto dele com as mãos e o beijando. Foi a vez dele de se aninhar contra ela, escondendo o rosto no pescoço dela e ela nem precisou perguntar para imaginar o que acontecera com ele naquele dia em que ela estivera fora.
— Eu acho perfeito — murmurou ela e o sentiu relaxar em seus braços, como se ele estivesse em dúvida a respeito da resposta que daria. — Acho que é um descanso mais do que merecido.
Continua…
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CRÉDITOS
Autora: Isabelle Morais
Edição: Laura Pohl e Val Alves
Preparação: Laura Pohl
Revisão: Bárbara Morais e Val Alves
Diagramação: Val Alves
Título tipografado: Vitor Castrillo
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Faremos uma pausa de duas semanas, mas voltaremos com o sétimo capítulo de de Estudo sobre Amor e outros venenos letais no dia 18/01.
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