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Capítulo 10 [Parte 1] - Estudo sobre Amor e outros venenos letais

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Capítulo 10 [Parte 1] - Estudo sobre Amor e outros venenos letais

Mar 9
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Capítulo 10 [Parte 1] - Estudo sobre Amor e outros venenos letais

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Olá para você que nos acompanha!

Antes de fazer um rápido recap (ou seria "ter um rápido surto?"), tenho um aviso muito importante: a partir da semana que vem, os envios das noveletters serão feitos através do Substack. Infelizmente, o Mailchimp resolveu limitar o número de assinantes e a quantidade dos nossos envios, então optamos por essa plataforma. Você continuará recebendo sua noveletter normalmente (ainda que com um formato novo), mas se acontecer qualquer coisa, não hesite em entrar em contato com a gente pelas nossas redes (Twitter ou Instagram) para podemos te ajudar, viu?

Dito isso, vamos à nossa introdução!

Depois do envio anterior, posso dizer com todas as letras que eu, você e Isabelle Morais devemos nos despedir de todas as nossas pessoas queridas, pois logo seremos presas e enviadas diretamente para a cela da saliência por incentivar e compactuar com os crimes de LASCIVIDADE e VOYEURISMO. Os advogados de Isabelle Morais falaram que a pena dela será ainda maior, já que ela é a cabeça da operação Homenagem da Santíssima Trindade (leia em voz alta), então ela ficará presa em uma cela especial, em cárcere pelado.

Os juízes decidiram que as investigações precisam ir mais a fundo e de mais provas ainda, pois o único "safar" envolvendo Isabelle que eles querem ouvir dos investigadores é o "safar" de SAFARdeza, para colocar mais esse crime na ficha para que a prisão dela seja perpétua.

Será que hoje Isabelle Morais criará mais provas contra si mesma? Será que é hoje que seremos, mais uma vez, cúmplices de mais um crime libidinoso? Para descobrir, fique com a primeira parte do capítulo dez de…
Estudo sobre Amor e outros venenos letais!

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Gostou? Mal pode esperar pelo próximo capítulo? Você pode assinar o Catarse e receber um capítulo adiantado!

Perdeu algum capítulo? Não se preocupe, você pode ler as noveletters anteriores aqui ou acompanhar as publicações no Tapas ou no Wattpad.


Banner com fundo vermelho queimado com bordas trabalhada em linhas retas e douradas. No centro, um hexágono vermelho vivo, no qual saem linhas vermelhas e pretas para criar os bordados floridos que estão ao redor dele. No meio do hexágono, estão escritos o nome da autora e o título da obra: "Isabelle Morais" e "Estudo sobre Amor e outros Venenos Letais" (numa letra trabalhada em cursivo). À esquerda a logo da Noveletter.

Aviso: Esta obra contém/menciona comportamentos tóxicos, quadro depressivo, familiares abusivos e tentativa de homicídio. Este capítulo contém cenas de sexo explícito.


Você pode saber mais detalhes sobre termos, apelidos e nacionalidades ficcionais, e outros personagens através do Guia de Leitura.


Nada daquilo parecia real.

Nem em seus mais desvairados sonhos Aleksey permitira se imaginar naquela situação: acordar deitado entre Morena e Ivan, sentindo cada centímetro da pele nua dos dois contra a dele, as batidas dos corações dos três parecendo coordenadas em uma sintonia preguiçosa naquela manhã que já avançava. Conseguia sentir os músculos de Ivan contra as costas, uma perna entre as suas enquanto ele abraçava os outros dois, apoiando uma mão na coxa de Morena. Era impossível ignorar o calor de Morena do outro lado, parecendo um pequeno sol, ou a forma como os seios dela se moviam contra o peito dele a cada respiração. Ela tinha uma mão repousada no ombro de Aleksey e o nariz aninhado no pescoço dele, como se ele fosse o ar que ela precisava para respirar.

Aleksey temia que até o menor dos movimentos revelasse que aquilo não passava de um devaneio. Se piscasse os olhos, descobriria que eram outros estranhos ali que não Morena e Ivan. Se chamasse a atenção, poderia fazer com que mudassem de ideia, percebendo que aquilo era um erro. Um erro delicioso, repetido diversas vezes na noite anterior, mas ainda assim um erro. Ele não queria viver em nenhum daqueles cenários inóspitos — Aleksey desejava que aquele momento se arrastasse para a eternidade, que nunca fossem obrigados a sair do mundinho confortável que aquela cabana se tornara.

Aleksey puxou Morena contra seu corpo e desceu uma mão pelas costas dela, deleitando-se com as curvas e com a pele macia como veludo, envolvendo uma das nádegas com a mão e apertando-a com delicadeza. Morena soltou um gemido que Aleksey conhecia há pouco tempo, mas já amava. Ele ouvira aquele som repetidas vezes na noite anterior — primeiro do lado de fora da cabana, enquanto ele não parava de pensar que se hesitasse por um segundo que fosse ela e Ivan desistiriam; Ivan parecendo determinado a fazer aqueles três corpos se unirem como um. Depois, já no ambiente interno, enquanto exploravam o corpo um do outro, enquanto ele afundava os dedos dentro de Morena, e ela o envolvia em suas mãos, enquanto ela subia em seu colo, e ele quase a enlouquecia de prazer. Incontáveis vezes depois, todos os três determinados a aproveitar cada segundo, como se pudessem compensar todos os anos de desejos que nunca tinham se concretizado antes. Era a música mais bonita que Aleksey já tinha ouvido, o som do prazer deles combinado, e não sabia se conseguiria mais viver uma existência que não tivesse aquela sinfonia como algo garantido.

Morena se mexeu, e Aleksey sentiu a umidade e a leve pressão dos lábios dela no ombro dele, e suspirou, apertando-a mais contra si, sentindo os olhos arderem. Nunca em sua vida havia transado com alguém que parecia apreciá-lo tanto quanto aqueles dois, e cada pequeno beijo, dado tão livremente, com tanta frequência, deixava-o derretido. Era como se o prazer que davam um ao outro não fosse o suficiente para demonstrar o carinho que sentiam, como se precisassem extravasar em mais de uma forma. E parecia ser contagioso, porque ele era tomado por uma vontade de beijá-los aleatoriamente, de desenhar os dedos compridos de Ivan com seus lábios, de beijar cada centímetro da curva do pescoço de Morena, de expressar o sentimento que transbordava em seu peito com aqueles mínimos gestos.

— Você acordou? — sussurrou Morena, levando uma mão ao rosto dele, acariciando a barba de uma forma deliciosa.

— Não — murmurou ele e a aninhou mais contra si.

Morena riu, mordiscando o ombro de Aleksey antes de lamentar, em um tom pensativo:

— Hum, que pena, eu tinha alguns planos para essa manhã.

Ela desenhou a clavícula de Aleksey com um dedo, descendo a mão para brincar com os pelos do peito dele, e Aleksey soltou um suspiro, o toque dela como brasa contra a sua pele.

— Planos? — perguntou Aleksey com a voz rouca, finalmente abrindo os olhos sonolentos de uma vez.

Ele piscou, e a visão não desapareceu. Morena ergueu o rosto para encará-lo com uma expressão travessa, mordendo os lábios. Desviou o olhar para onde Ivan ainda dormia, apoiado nas costas de Aleksey com a boca entreaberta, e levou um dedo aos lábios de Aleksey.

— Shh, não pode acordar Ivan.

Aleksey entreabriu os lábios, chupando a ponta do dedo dela, segurando-a pelo pulso e adicionando mais um dedo na boca. Deu um sorriso torto quando ela se estremeceu, soltando um gemido preguiçoso, seu olhar ficando desfocado.

De todas as revelações, descobertas e reviravoltas dos últimos dias, talvez a favorita de Aleksey era aquele jogo de desvendar novas facetas dos dois, de observar atentamente cada reação, cada provocação, de testar e descobrir do que eles gostavam. A conclusão que estava chegando é que na verdade eles gostavam de Aleksey, independentemente do que ele fizesse, e ele podia agir conforme sua vontade, sem se preocupar se eles o julgariam por suas escolhas. Também ficava fascinado em observar como Morena tinha um misto de travessura e manha na cama que não possuía em nenhum outro lugar — como se ali se permitisse exigir o carinho e a atenção que precisava, como se entre aqueles lençóis pudesse entregar tudo de si sem se preocupar em demonstrar fraqueza. Por outro lado, Ivan era exigente de uma forma que Aleksey nunca suspeitara, e seu maior prazer parecia vir de ver a satisfação no rosto da esposa — e igualmente no de Aleksey. Era como se todos eles pudessem perder todas as inibições quando estavam juntos daquele jeito.

Em uma vida que exigia que todos os três representassem seus papéis o tempo todo, Aleksey gostava da ideia de poder ser um porto seguro para os dois, alguém com quem poderiam apenas existir sem precisar se policiar, com quem poderiam ser completamente vulneráveis. Era assim que ele se sentia com os dois, antes de ter estragado tudo, e gostava muito da ideia de que aquela relação poderia ser recíproca, de que havia um lugar que Aleksey podia preencher entre Morena e Ivan.

Aleksey se inclinou para beijar Morena, e os dois suspiraram juntos, sem se mexer para não acordar Ivan. Ele envolveu o rosto dela com a mão, beijando-a de forma lenta e arrastada, entrelaçando a língua na dela preguiçosamente, como se daquela forma pudessem fazer o momento durar. Queria que aquilo nunca acabasse. O prazer e o conforto de tê-la tão próxima o deixava leve, como se estivesse prestes a alçar voo.

Por um momento, Aleksey se perguntou se era isso que tanto chamavam de felicidade.

Os lábios de Morena pareciam ter aquele efeito nele — beijá-la era como voltar para casa depois de um dia difícil, como afundar em água morna depois de ficar preso em uma nevasca, como a chuva que rompe o calor do verão. Tudo parecia possível com ela em seus braços, e ele se sentia forte e capaz de enfrentar qualquer coisa se fosse para mantê-la ali, junto dele.

Morena se derreteu contra Aleksey, apoiando a mão em cima do coração dele, algo que ela parecia gostar muito de fazer, e Aleksey mordiscou o lábio inferior dela, fazendo-a gemer contra seus lábios. Aquilo definitivamente era um sonho. Como é que depois de tudo que ele fizera, aquilo ainda acontecera? Como ainda pudera merecer tal coisa? Como ainda merecia o carinho e a ternura que ela lhe oferecia tão gratuitamente? Depois de fazê-la chorar, ainda tinha direito de beijá-la daquela forma?

Ivan se moveu às suas costas, abraçando-o com mais força pela cintura, e Aleksey se lembrou da conversa que tiveram, aquela que parecia ter ocorrido há um século — não cabia a ele decidir o que Morena sentia ou não, não cabia a ele julgar o que ela preferia. Se ela lhe oferecia aqueles beijos deliciosos, se o tocava com tanto carinho e desejo, era porque era a vontade dela. Ela desejava roçar o nariz no dele e cobrir seu rosto de beijos, desejava chupar a pele do pescoço dele enquanto grudava pele contra pele, desejava ter a mão dele envolvendo o seu seio, arrancando gemidos baixinhos.

Com um dedo, Aleksey traçou o galho da tatuagem embaixo do seio de Morena, arrancando mais um suspiro. Atrás dele, a tatuagem de Ivan se espalhava embaixo de um braço, tomando toda a lateral do corpo, e era impossível não pensar em como as duas se encaixavam. Eram feitas com a mesma tinta preto-azulada, as duas com motivos botânicos — a de Ivan, jasmins exuberantes como os do jardim da casa dos Górski em Mièdz, os mesmos que Morena colhia para perfumar seus cremes; e a de Morena com galhos cobertos de minúsculas florzinhas que Aleksey não sabia identificar, mas que se curvavam e moldavam ao corpo de Morena, uma obra de arte feita para ressaltar sua beleza. Talvez em algum momento ele também pudesse ter uma parecida, o que os três tinham eternizado igualmente em sua pele.

Ivan espalmou sua mão contra Aleksey e aproximou-se com um pequeno suspiro de satisfação, encostando os quadris contra as costas de Aleksey e encaixando a perna melhor entre as coxas dele, roçando o nariz contra a nuca do rapaz. Morena encostou os lábios contra os de Aleksey suavemente enquanto Ivan salpicava beijinhos por suas costas, os dois parecendo incapazes de manter as bocas longe da pele de Aleksey, e ele fechou os olhos, entregando-se à sensação aconchegante que aqueles toques traziam.

Como ele conseguira ficar tanto tempo longe de Morena e Ivan? Como aguentara tanto tempo se controlando, guardando sentimentos por medo, quando tudo poderia ser assim tão simples? O que mais o medo tinha lhe impedido de viver? Poderiam ter chegado a essa conclusão há anos, sem nenhuma das complicações que Aleksey impusera aos três em seu medo de passar dos limites, em seu medo de dar nome às suas vontades. E todas as vezes, o medo era a forma mais fácil de atingi-lo, o ponto mais fácil de moldar e virar contra ele. No final, era isso que seu tio queria, não era? Vê-lo assustado, sozinho, isolado e triste, sem perspectiva e sem poder para reagir aos caprichos que planejava só porque se divertia com o sofrimento de Aleksey. Era óbvio agora que a melhor forma de irritá-lo era fazer o oposto — engolir seus temores e acreditar que seria capaz de revidar se estivesse ao lado de quem amava.

Morena se desvencilhou dos lábios de Aleksey e apoiou-se em um cotovelo para olhar para Ivan, um sorriso suave iluminando seu rosto.

— Bom dia, meu amor — disse ela para Ivan, mas o coração de Aleksey deu um salto, desejando que ela o chamasse da mesma forma, que colocasse tanto carinho em duas palavrinhas que tornasse impossível de negar a forma como ela se sentia.

Ivan resmungou algo em resposta e também ergueu-se, apoiado em um cotovelo, puxando Morena pela nuca para beijá-la, e Aleksey teve certeza que não havia nada mais bonito do que aqueles dois. Morena fechou os olhos, entregando-se ao beijo do marido, os cílios grandes roçando contra as bochechas de Ivan, que saboreava os lábios em formato de coração de Morena como se fossem uma iguaria, apoiando uma mão na barriga de Aleksey enquanto Morena o puxava mais para perto. Aleksey poderia ficar o dia inteiro ali, embaixo dos dois, vendo-os juntos, mas Ivan não quis deixá-lo de fora: deslizou a mão que apoiara na barriga dele segundos atrás para baixo, o corpo de Aleksey reagindo quase imediatamente à combinação da visão e do toque. Depois da noite anterior, não achara que teria energia para mais uma ereção tão cedo, mas percebeu que estava redondamente enganado conforme a mão de Ivan deslizava na direção de sua virilha, e seu corpo se arrepiava por inteiro, ansioso por mais.

Como se soubesse muito bem o efeito que estava causando, Ivan separou os lábios dos da esposa só por tempo suficiente para capturar os de Aleksey, enfiando a língua entre os lábios dele ao mesmo tempo em que envolvia a ereção crescente, fazendo Aleksey gemer e arquear na cama e Morena gargalhar ao seu lado. Ivan moveu a mão para estimulá-lo lentamente, parecendo disposto a devorar Aleksey com seu beijo, e deu espaço só para Morena se juntar a eles, em um beijo quente e melado e delicioso que deixou Aleksey atordoado, a ereção pulsante na mão de Ivan. As mãos de Morena se juntaram à de Ivan, fazendo-o fechar os olhos mais uma vez com um grunhido, sentindo cada toque suave e firme de Morena e a forma como os dedos calejados de Ivan se moviam contra a parte mais sensível da pele, os lábios e as línguas se entrelaçando, fazendo-o flutuar. Ele afundou os dedos na carne de Morena e encaixou a outra mão no cabelo de Ivan, implorando entre gemidos para que não parassem. Protestou quando Ivan tirou as mãos de Aleksey e afastou-se um pouquinho, mas logo perdeu as palavras quando percebeu o que fora fazer: com uma mão, entregou uma das suas proteções para Morena, que havia aprendido rápido até demais como colocá-la, e, com a outra, desceu a mão pelas nádegas de Aleksey, acariciando-o devagar, o cheiro conhecido de óleo de coco dominando o quarto, e ele teve certeza absoluta que morreria nos próximos minutos.

Morena o acomodou dentro de si primeiro, apoiando uma coxa em cima do quadril de Aleksey. Encostou a testa na dele e abraçou-o pelo pescoço, tomando cada centímetro de Aleksey para dentro de si com pequenos movimentos lentos do quadril, os suspiros e gemidos e beijinhos ameaçando a sanidade de Aleksey. Ele afundou os dedos na coxa de Morena, sentindo ela pulsar ao redor do seu comprimento, até estarem perfeitamente encaixados, um de frente para o outro. Ao mesmo tempo, Ivan o estimulava com um dedo encaixado atrás de Aleksey, depois dois, cada toque fazendo o rapaz estremecer e concentrar-se ao máximo para não chegar ao clímax rápido demais. Depois que Morena se moveu algumas vezes contra Aleksey, Ivan entendeu a deixa e beijou o pescoço de Aleksey, deixando de lado os estímulos de preparação que estava fazendo para se posicionar na entrada de Aleksey e, pouco a pouco, ocupá-lo, esperando que ele o acomodasse enquanto distribuía seus beijinhos e lambidas livremente. Aleksey fechou os olhos, a sensação de completude de estar dentro do calor de Morena enquanto Ivan estava dentro dele, deixando-o completamente eufórico e delirando, e ele puxou os dois para outro beijo triplo, implorando para que continuassem seus movimentos.

Quando Ivan experimentou mover os quadris, o movimento fez Aleksey estocar para dentro de Morena, e os três gemeram ao mesmo tempo. Estavam cansados demais para qualquer ato mais frenético do que aquilo, os três abraçados, tudo seguindo em um ritmo lento, aproveitando cada minuto daquele momento de intimidade, vagarosamente sendo levados ao ápice. Não era a primeira vez que Aleksey ficava naquela posição, mas enquanto Ivan achava um ritmo para os três e o prazer o dominava, não conseguia parar de pensar em como era completamente diferente quando se amava as pessoas com quem estava fazendo isso tudo, em como o que sentia era amplificado pela satisfação dos outros dois, em como não havia nem haveria ninguém que o fazia sentir do mesmo jeito que Ivan e Morena faziam.

Eles se encaixarem na relação física com tanta perfeição era só um reflexo de como se completavam em todos os aspectos, e cada gemido e suspiro só intensificava o que Aleksey sentia. Ele amava Morena e Ivan, Ivan e Morena. Amava, amava, amava.

O orgasmo cresceu como uma chama, parecendo queimá-lo por inteiro, e ele afundou o rosto no peito de Morena enquanto se esvaziava dentro da proteção, sentindo os olhos se encherem de lágrimas e um sentimento esquisito aflorar no peito. Morena se contraiu ao redor de Aleksey enquanto chegava ao seu próprio clímax com um sonzinho adorável e Ivan seguiu os dois logo depois, mordendo o ombro de Aleksey com força enquanto gozava na proteção que também estava usando. Até naquilo estavam em sintonia, e Aleksey sentiu como se o peito estivesse preenchido, a sensação pura de ser amado o inflando até ele não conseguir se conter, as lágrimas escorrendo contra a pele de Morena.

— Aleksey? — A voz de Morena era suave e ela segurou o rosto dele para que ela pudesse encará-lo, e sua expressão se suavizou. Ela levou a outra mão para enxugar uma bochecha de Aleksey antes de perguntar: — O que aconteceu, meu amor?

Meu amor. As duas palavras foram o suficiente para fazê-lo soluçar, a vergonha se misturando ao sentimento que não sabia direito o que era, fazendo o choro finalmente irromper. Que patético era ele, chorando porque gozara quase ao mesmo tempo que duas outras pessoas. Tentou enxugar as lágrimas e afastar-se de Morena, mas ela o segurou contra si, não deixando que ele se movesse nem um centímetro.

— O que… — Ivan perguntou um pouco ofegante e quando ele se separou de Aleksey para ver o que estava acontecendo, Aleksey quis implorar para ele não ir embora. Ele se sentou na cama e quando percebeu o choro, arregalou os olhos com preocupação, debruçando-se na direção de Aleksey para entender o que se passava. — Aleksey, eu te machuquei? Você está bem? Eu não deveria ter ido tão rápido, sinto muito, acho que tenho alguma coisa para aliviar dor na minha mala e…

— Tudo bem, não é isso. Foi perfeito, você é perfeito — Aleksey o interrompeu e Morena enxugou as lágrimas dele mais uma vez. — Vocês são perfeitos.

Morena trocou um olhar preocupado com o marido. Aleksey sentiu seus olhos mais uma vez se encherem e puxou um lençol para cobrir o rosto, sentindo-o queimar ao mesmo tempo em que percebeu que não conseguia se controlar.

— Pega uma água para ele — ele ouviu Morena dizer a Ivan. Depois, ela encostou a mão na dele com cuidado. — Lyosha, meu amor, está tudo bem, não precisa ter vergonha. Você pode chorar se quiser, não precisa explicar nada.

Aleksey abaixou o lençol com a pressão suave que ela fez em sua mão, e Morena sorriu quando ele reapareceu, o cabelo cacheado rebelde emoldurando o rosto, a luz dourada que vinha da janela a iluminando, parecendo uma imagem de santa. Ele suspirou.

— Bom dia — disse ela, com um certo humor na voz.

— Bom dia — Aleksey respondeu fraco, mas não conseguiu não rir também com o absurdo daquilo. — Eu sinto muit…

— Shh. — Morena levou os dedos aos seus lábios. — Não precisa falar nada. Ivan?

Ivan se aproximou com uma ruga de preocupação na testa, parecendo desajeitado, e ajudou Aleksey a se sentar na cama antes de entregar o copo. Ele também parecia constrangido, quase desajeitado, como se não conseguisse acreditar que aquela situação não fosse culpa dele de alguma forma. Aleksey apoiou uma mão na coxa de Ivan em uma tentativa de acalmá-lo enquanto bebia a água com a outra mão, e Ivan a envolveu na sua. Morena também havia se sentado e estava penteando o cabelo de Aleksey com os dedos, tirando-o de onde ele grudava no suor da pele, e Aleksey suspirou, fechando os olhos, a proximidade dos dois acalmando a tempestade de sentimentos que o assolava.

— Você está bem? — perguntou Ivan depois de alguns instantes de silêncio. — Tem certeza de que…

— Sim, Ivan, não foi nada que você fez — disse Aleksey, puxando a mão dele para beijá-la. Ele depositou o copo de lado, esticando para a cabeceira, e então pegou a mão de Morena, entrelaçando os dedos nos dela. — É um choro bom. Eu acho… eu só estou feliz.

Se ele pudesse, tatuaria a transformação da expressão dos dois em sua mente para sempre. Ivan pareceu se derreter, a ruga na testa desaparecendo e tomando a expressão mais suave, mais gentil, mais amorosa que Aleksey já o vira fazer e o abraçou apertado, afundando o rosto contra o seu ombro. Morena abriu um sorriso gigantesco, os olhos também se enchendo de lágrimas, e ela o abraçou pelo outro lado.

— Eu também — sussurrou Ivan em seu ouvido, e parecia que ele estava respondendo a outra coisa, algo que Aleksey só dissera de passagem na noite anterior e nem Ivan nem Morena tinham ouvido, algo que Aleksey não ousava repetir com medo do que poderia acontecer. — Eu também, Aleksey.

Continua…

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CRÉDITOS

Autora: Isabelle Morais
Edição: Laura Pohl e Val Alves
Preparação: Laura Pohl
Revisão: Bárbara Morais e Val Alves
Diagramação: Val Alves
Título tipografado: Vitor Castrillo


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Não se esqueça de entrar no clima da história com a playlist no Spotify!

A próxima Noveletter, com a primeira parte do décimo capítulo de Estudo sobre Amor e outros venenos letais, sairá no dia 16/03.

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