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“Frederico Bolognesa combinava tanto com Lady Morgana no quesito de adorar utensílios raros, como os colonizadores, que até trocavam gentilezas. E, aparentemente, amilases salivares também.”
Eu gaitei tão alto quando a Gomes falou isso que a pobre da Giu e minhas chefinhas me ouviram como se eu tivesse berrando no pé do ouvido delas, e olha que as três moram em regiões completamente diferentes neste Brasil, HAHAHAHA. Não me aguento com a Gomes, ela é maravilhosa demais! Do senso de humor até as suas manias de perseguição envolvendo Lady Morgana, Agatha Gomes é perfeita!
Se bem que me pergunto se eu realmente deveria chamar de mania de perseguição.
Quer dizer, mais um caso e mais uma vez o nome da Lady Morgana surgiu… E ainda por cima ainda um affair com o Seu Molho Italiano. Tenho certeza que isso significa algo, não sei o quê, mas que significa, significa… Teorias? 👀
Falando em teorias, você já tem alguma sobre quem será que vai aparecer (ou não aparecer?) hoje?
Para saber quem será a próxima (não?) aparição, leia a Parte V de…
As Formidáveis Gomes & Doyle em Palacete de Memórias!
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Avisos: esta obra menciona relacionamentos e comportamentos tóxicos, machismo, gaslighting, homicídio, sangue, objetos afiados, agressões física e verbal, e violência doméstica. Alguns capítulos contêm cenas de susto e fazem alusão a conteúdo sexual.
Atrás de mim, Gomes xingou-se baixinho, e foi quando notei uma figura no meio do corredor iluminado.
A silhueta magra de alguém gesticulando de um lado para o outro. Era o semblante cansado do Dr. Bolognesa, seu bigode e cabelos aparados estavam desgrenhados e, debaixo dos olhos, duas bolsas escuras.
— … chamarei um médico. Isso não é normal, Margot! São semanas, meses… Onde está meu chá? E minhas roupas continuam imundas! Já disse que precisas ficar de olho nessas empregadas, senão fazem corpo mole… Margot, estás me escutando? Ouvi uma delas dizer que não estás pagando direito a folha salarial, uma delas nos pôs na justiça! Tu sabias dessas baboseiras de justiça trabalhista, por que deixou de pagar? Margot?
O vulto atravessou a parede direita só para depois retornar, o rosto encolerizado, olhos arregalados e lábios arreganhados. De súbito, virou-se para nós duas e, por um instante, fiquei na dúvida se aquela figura era apenas um eco de uma lembrança de Bolognesa ou o fantasma do falecido. Foi quando sua visão pareceu clarear sobre nossa presença que vi a mera memória se transformando no espírito perturbado do dono daquele lugar, seus passos lentos em nossa direção:
— Quem são vocês? — sussurrou, os olhos semicerrados, como se estivesse vendo o sol pela primeira vez em dias, e focados diretamente sobre mim por um ou dois segundos, antes de piscar e fazer uma careta enraivecida, os dentes apertados enquanto vociferava: — Margot? Não, não és tu. Onde está aquela desgraçada? Onde ela está? Quem são vocês? Quem permitiu a entrada de vocês?
Ele acelerou os passos em nossa direção, e Gomes subiu alguns degraus sem tirar os olhos dele, parando do meu lado. Percebi que eu choramingava de pavor ao sentir seus dedos de Gomes apertarem meus braços trêmulos.
— Não escondam essa desgraçada de mim, não escondam…
Gomes retirou um frasco do pescoço, jogou-o no ar, o líquido azulado cintilou às luzes amareladas, e ela murmurou:
— “Abre caminho”… — O nome do banho-de-cheiro ativou o encantamento, afastando em fumaças a figura enlouquecida das memórias fantasmagóricas do Dr. Bolognesa.
O vulto tremeluziu e pareceu ter, de alguma forma, voltado no tempo, ou como se o fantasma estivesse reproduzindo sua própria memória novamente. Ele saiu da parede direita perturbado, e, dessa vez, não se virou para nós duas, seguindo seu caminho até o outro lado por uma abertura retangular onde deveria estar uma porta. Naquele momento, o espectro fantasmagórico do Dr. Bolognesa não tinha consciência própria, como quando se virou para nós duas. Agora, era só o eco de uma memória.
A respiração quente de Gomes em meu pescoço contrastava com o ar frio, causando-me arrepios e outras… sensações.
— Gomes, respira pelo nariz! — exclamei baixinho.
— Ora, como achas que estou respirando?
— Para de soprar no meu pescoço!
— Estás louca, mana?
Pisamos vagarosamente, e testei cada degrau antes de descermos, para que não despertássemos as memórias daquele local mais uma vez. Consegui chegar no piso, mas Gomes pisava desajeitada em cada ponto onde eu havia indicado. Segurei sua mão no segundo degrau, já que o primeiro, na descida, parecia mais instável.
— Não tivemos essa dificuldade na subida — lembrei-me, insatisfeita com o tamanho dos perigos que rondavam aquele palacete.
— A gravidade é um mistério — disse ela ao dar um salto silencioso ao meu lado. Fomos juntas em direção à cozinha, onde supostamente a lembrança em forma humana do Dr. Bolognesa havia entrado.
Primeiro, porém, encaramos o corredor estreito pelos dois lados. Estava vazio, silencioso, quase como se tivesse sido abandonado antes mesmo da interdição do palacete. Aos olhos do Dr. Bolognesa, aquelas teias de aranha e poeira excessiva não faziam parte da decoração. Ainda não sabíamos o que aquilo poderia significar, apenas sabíamos que talvez a ausência dos serviços domésticos indicava que Margot, enquanto esposa, estava falhando em seu papel de administrar o lar, e as acusações do fantasma do Dr. Bolognesa implicavam em insatisfação por parte dele.
Eu e Gomes trocamos uma noção compartilhada pelo olhar: até aquele momento não havíamos encontrado o fantasma de Margot Maxime.
— Esta é a cozinha do café da manhã! — anunciou Gomes, analisando a planta do palacete. — As fadas disseram que a atividade fantasmagórica aqui estava intensa, mas pela metade, o que me permite concluir que somente um deles estava por aqui antes do falecimento.
A cozinha era menor do que eu imaginava. Com um fogão a carvão, como na maioria das casas, era enfeitada por poucos armários de madeira, e os poucos que existiam ficavam suspensos em um balcão de mármore. A mesa posta era retangular, próxima da porta, e havia um único prato na cadeira da ponta. Gomes aproximou-se e inspecionou a cadeira, a única que estava afastada da mesa.
— Para uma cozinha de alguém tão cheio de dinheiro, eu diria até que é modesta. Parece que é a cozinha dos serviçais… — comentei, e depois franzi o cenho. Aquilo havia soado tanto como um comentário da minha mãe! Apenas com uma dose de eufemismo! — Digo…
— Sim, apesar do seu elitismo estrutural, também me surpreende a humildade do aposento.
— Pode ser uma cozinha específica para o café da manhã? — questionei mais para mim mesma do que para Gomes enquanto ela sentava-se na cadeira de cabeceira, inspecionando a comida deixada para trás. Era uma tapioca recheada de manteiga já rançosa e queijo do Marajó mofado.
— Isso aqui parece ótimo, um absurdo que ele tenha comido só um pedaço. — Gomes aproximou-se da xícara e cheirou-a.
— Gomes, não se atreva!
— Louise, jamais me envenenaria! — disse ela em uma fingida indignação e abriu o riso com minha careta de descrença. — Café torrado e deixado queimando na chaleira, presumo. O cheiro está ácido demais… — Ela remexeu na xícara de porcelana, as sobrancelhas franzidas. Então, tirou do bolso sua lupa extravagante e colocou-a em um dos olhos, aumentando a potência ocular. — … e ainda cheio de pó do grão. Talvez não tenha sido algum empregado que fez.
— Provavelmente foi ele ou a esposa — julguei, apontando para o fogão, que estava uma bagunça. Salpicadas de tapioca por todos os lados, uma chaleira pendendo, quase caindo, entre as bocas do fogão, e um pacote mal fechado de grãos de café de Minas Gerais. — Na verdade, deve ter sido ele. Um homem em frente ao fogão é um desastre natural. — Dei um riso com minha própria piada. Gomes fez uma careta.
— Mas credo, Louise, está convivendo demais com a senhora vossa mãe.
— Para minha infelicidade, minha mãe está responsável pelo meu noivado. — Bufei enquanto me afastava, observando as lajotas geométricas pintadas de um tom pastel e azul-escuro que, a princípio, contrastavam mal, mas que, de perto, pareciam bonitas. Eram o modelo antigo de Portugal.
— Sim, claro. — Gomes continuou vistoriando a cadeira e a ponta da mesa, procurando por possíveis evidências. — Recordo-me de quando sugeriu que eu fosse, hm, madrinha, de vocês.
Suspirei, passando as mãos pelo rosto, o tecido rendado das luvas roçando em minha pele fina. Que cena constrangedora foi receber Gomes para um chá da tarde logo após sua chegada a Belém, depois de sua primeira missão sem a minha companhia. Eu não havia tido coragem de anunciar sobre meu noivado com Norberto, afinal, mal nos falamos depois de Sarreguemines, várias pontas soltas precisando de remendos. E então, minha mãe chegou com os biscoitos de castanha-do-pará recém-feitos e, enquanto Gomes mastigava e eu tomava o chá de cidreira, ela soltou:
— Ah, Agatha… — Ela sempre dizia o nome de Gomes com uma dose de desgosto. — Seria simbólico e honroso que fosses madrinha do casamento.
Eu havia engasgado com o chá, meu grunhido de desespero sendo a única válvula de escape diante do olhar franzido de confusão de Gomes que, com a boca ainda cheia como a de uma criança ingênua, indagou:
— Que casamento?
Lembro-me de sua expressão paisagística, como se estivesse em outro mundo, quando minha mãe, sem minha autorização, contava a novidade para Gomes que, em seguida, justificou a saída mais cedo para um compromisso com o delegado. Eu tinha sentido tanta falta dela que me corroía, mas não pude fazer muito além de puxar a manga de sua camisa, meu olhar perdido no seu, em busca de alguma redenção, algum aceite do meu pedido de perdão silencioso. Mas Gomes mal me encarou depois de se despedir.
— Ela fez de propósito… — murmurei com uma careta de nojo. Minha mãe sabia fazer seus próprios joguinhos. — Eu a impedi de continuar te importunando, no entanto.
— Eu sei que ela fez de propósito… E isso não me deixa mais feliz. Na verdade, estava acostumada à convivência pouco saudável que eu tinha com seus pais.
— No caso, quando você se esgueirava pelos jardins da minha casa para convidar-me a participar de suas investigações perigosas? — Virei-me para ela, inquisidora. — Porque, honestamente, Gomes, se eu fosse minha mãe, também ficaria preocupada se minha filha, minha única filha, a primeira mulher da família a estudar em faculdade, se perdesse em aventuras investigativas sem nenhum retorno financeiro, só possíveis danos psicológicos e físicos.
— Égua, isso foi… Terrível da sua parte. É sua mãe falando ou você?
Engoli em seco.
— Minha mãe, em parte — confessei, enojada de mim. — Eu concordo em partes com ela, sim.
— Então sou um fracasso que não consigo suprir nada financeiramente? — Ela induziu a pergunta cruelmente.
— Não, Gomes, claro que não! — Agitei os braços, irritada. — Não é um fracasso! É um sucesso! É frustrante que essas pessoas não reconheçam seu valor. Não consigo imaginar um mundo que não apoie a sua genialidade. — Comecei a andar nervosa pela cozinha. — Ainda não entendo por que não quis entrar na universidade, mesmo com todas as notas a seu favor.
— A investigação me traz algum retorno satisfatório, e eu mesma construo minhas… Como chamas? Engenhocas.
— Poderia ter muito mais retorno financeiro, não? Ao menos, se tivesse continuado seus estudos. Por que não pode ser alguém normal, alguém com ambições, alguém que… — Engoli o resto: “Alguém que minha família aprovaria, que não se colocaria em perigo sempre, ou que não me deixaria noites acordada, com medo das ideias revolucionárias que teria no dia seguinte. Alguém que não quisesse resultados além daqueles em que partilharíamos durante os anos de nossas vidas. Alguém que se contentasse apenas comigo, com nossa casa, com eventuais contas a pagar, sem ser obcecada por uma rival ou ideias mirabolantes que não trariam resultado prático algum. Alguém que pudesse me deixar segura e não me trocaria por um mistério a ser resolvido. Alguém que entendesse meus sonhos simplórios de viver”.
Senti minha garganta arder com aqueles pensamentos, e meus olhos marejaram. Ainda assim, com todos meus anseios e frustrações, aquilo tudo, todas aquelas coisas eram o que fazia de Gomes, Gomes, e eram exatamente o motivo pelo qual eu não conseguia dizer “não” para ela, nunca. Um “não” de verdade. Um “não” para sempre, seria o bastante.
— Você, mais que ninguém, sabe que eu teria enlouquecido em um lugar que é mais um circo de leões egocêntricos que não estão ali para fazer ciência ou inová-la. Eles só querem uma titulação estúpida, que um nobre facilmente compra por aqui! Ah, mas talvez eu devesse ter seguido a carreira militar e te deixado sozinha por meses a fio?
Pus as mãos no rosto sufocando um grito.
— Gomes, você é inacreditável. Acha que só você passa por essas incertezas e problemas? Todo mundo precisa ter escolhas, tomar decisões e fazer concessões! É isso o que nos torna maduros! E eu? Eu sempre estive aqui pra ti, sempre! Alguma vez antes do nosso… Antes da… Antes de Sarreguemines… Alguma vez eu te disse “não, não vou” ou “não, Gomes, estou estudando porque minha prova é na manhã do dia seguinte”? Na verdade, lembro-me de inúmeras vezes dizer que eu tinha uma vida além dos seus projetos, e o que fizeste com essa informação? Bem, nunca concedeste.
— Eu te convencia. Não venha dizer que não foi escolha sua perder umas aulas e umas provinhas. — Ela deu de ombros, presunçosa. Grunhi.
— Sim, convencia-me, mas porque eu nem conseguia conceber a ideia de te perder em uma aventura perigosa em que eu não pudesse, no mínimo, estar presente para te acompanhar e saber que fiz meu possível para te auxiliar, porque é isso que uma pessoa que nutre um sentimento bom pela gente faz.
Gomes abriu a boca e fechou-a em seguida.
— E não, Gomes! Nunca te disse “não”. Eu sempre concedia. E os outros? Acha mesmo que Norberto teve uma vida fácil? Ele é o caçula de uma mãe viúva que teve seis filhas antes dele! Se não está fácil para homens arranjarem emprego, imagina mulheres. Como elas sobreviveram até ali? À base de inúmeros sacrifícios que não vou entrar no mérito, mas o que Norberto fez? Ele não teve escolha! Havia uma única carreira que ele podia seguir sendo alguém que todos viam como uma ameaça por… — gaguejei.
Agatha sabia o motivo, e não precisávamos falar sobre aquilo. Não naquele momento.
— Enfim — continuei —, ele seguiu em frente, suportou inúmeras humilhações na academia militar… E Misato? Ela é filha de imigrantes que só sabiam falar japonês. Eu não suporto Misato, e sei muito bem quem está me substituindo como sua médica, e seja lá no que mais ela esteja me substituindo…
Agatha abriu a boca, provavelmente para se defender ou defender Misato, mas ergui as mãos em sinal de “pare!”.
— O que vem ao caso é que sei, com convicção, que ela teria preferido ser uma pintora a fazer o curso de medicina. Mas havia possibilidade de alguém como ela, aqui onde moramos, alçar grandes voos na arte? Não!
Só depois percebi que o excesso de palavras emocionadas e o tom baixo que estava usando tiraram-me o fôlego. Agatha, porém, ouvia-me com atenção, uma rara ocorrência, e surpreendeu-me, tendo em vista a quantidade de estrume que acabei cuspindo em cima dela.
— Tu falaste um quilo, e eu queria entender dois gramas.
— O quê? — Percebi que havia me aproximado dela enquanto falava.
— Primeiro, como o Bolognesa-bigode-de-escovinha arrastou com tanta força a cadeira a ponto de arranhar a lajota portuguesa dele? Diria que ele chegou em seu limite para que isso acontecesse… — Ela segurou-se na mesa, arrastando de leve a cadeira para frente enquanto observava a trilha que havia sido feita no chão, sem fazer barulho. Revirei os olhos, tentando não sacudir seus ombros em frustração e avisar que aquele seria um ótimo momento para uma pausa na investigação. — Segundo…
Ela encarou-me e tirou a lupa. Seus olhos, já não caricatos com um olho maior que o outro graças ao objeto, inspecionaram-me com curiosidade.
— Fala tanto de sacrifícios e sonhos, mas não me lembro de ter dito o que você teve que abandonar.
Senti-me como se tivesse caído de um zepelim. Inspirei fundo para não explodir em gritos. Estávamos presas naquele palacete de fantasmas, e se eu elevasse minha voz, seria capaz de despertar mais memórias que não estava preparada para ver, considerando que nem sabíamos onde estava Margot. Concentrei-me em Gomes e em sua figura, de repente imponente, naquela cadeira de apoio alto, feita para um nobre egocêntrico que nunca estaria à altura da própria mulher, que ocupava aquele lugar, e então disse baixinho:
— Agatha, o que abandonei…
Minhas emoções congelaram. Uma melodia vinha do outro lado do corredor, minha companhia em noites solitárias após a decisão que mudara minha vida começar a tomar forma até tornar-se o ponto final de uma jornada a duas.
— Louise?
A voz de Gomes era apenas um sussurro se comparado às notas do piano vindas de um aposento ainda não explorado. Não precisei abrir a porta, ela estendeu-se para mim como se me aguardasse e, então, entrei no recinto. Um pequeno lufar atrás de mim foi o que me fez perceber que a porta havia se fechado, e Gomes não estava lá dentro comigo.
Continua…
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CRÉDITOS
Autora: Giu Yukari Murakami
Edição: Bárbara Morais e Val Alves
Preparação: Val Alves
Revisão: Gabriel Yared
Diagramação: Val Alves
Título tipografado: Fernanda Nia
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A próxima Noveletter, com a Parte VI de As Formidáveis Gomes & Doyle em Palacete de Memórias, sairá no dia 24/08.
Gente. Esse foi tenso.